A metafísica é o ramo da filosofia que busca compreender a realidade última, aquilo que está além do mundo sensível. Suas indagações fundamentais são:
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O que é o ser? (questão central, formulada por Parmênides e aprofundada por Aristóteles).
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O que existe de modo absoluto e permanente? (essência, substância).
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Qual a diferença entre aparência e realidade?
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Existe um princípio fundamental de todas as coisas? (arché, para os pré-socráticos).
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Como se relacionam o ser e o devir (mudança)?
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Existe causa primeira ou fim último para os seres?
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Qual a natureza de Deus, da alma e do mundo?
Essas indagações dão à metafísica o caráter de investigação dos fundamentos últimos da realidade, diferente das ciências particulares, que estudam aspectos específicos.
2. Quais são os principais períodos da metafísica? Descreva as características da metafísica nesses períodos.a) Período Antigo (Grécia clássica e helenística)
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Pré-socráticos: buscavam a origem (arché) de todas as coisas (água – Tales, fogo – Heráclito, átomos – Demócrito).
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Platão: realidade dividida em dois níveis – mundo sensível (imperfeito) e mundo das Ideias (perfeito e eterno).
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Aristóteles: sistematizou a metafísica como ciência do “ser enquanto ser”; introduziu conceitos como ato e potência, substância, causa material, formal, eficiente e final.
b) Período Medieval (séc. V – XV)
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Fortemente influenciado pelo cristianismo.
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A metafísica buscava conciliar fé e razão.
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Questões centrais: existência e natureza de Deus, criação do mundo, imortalidade da alma.
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Santo Agostinho: neoplatônico, destacou a interioridade e a iluminação divina.
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Tomás de Aquino: retomou Aristóteles e formulou a metafísica como ciência do ser criado em relação ao Ser necessário (Deus).
c) Período Moderno (séc. XVI – XVIII)
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A metafísica começa a se distanciar da teologia e da escolástica.
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Busca autonomia e fundamentos racionais.
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Descartes: dúvida metódica, cogito (“penso, logo existo”), prova da existência de Deus como garantia da verdade.
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Leibniz: mônadas, harmonia preestabelecida.
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Spinoza: Deus como substância única, identificada com a natureza.
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Kant: crítica à metafísica tradicional: afirmou que não podemos conhecer a “coisa em si”, mas apenas os fenômenos organizados pelas categorias da razão.
d) Período Contemporâneo (séc. XIX – atualidade)
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Diversos caminhos e críticas:
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Hegel: metafísica dialética do espírito absoluto.
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Nietzsche: crítica radical à metafísica ocidental como ilusão de valores fixos.
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Heidegger: retomada da questão do ser (ontologia fundamental), crítica ao “esquecimento do ser” na tradição.
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Metafísica analítica: busca clareza conceitual com auxílio da lógica e da linguagem.
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Ciência contemporânea: a metafísica dialoga com cosmologia, física e filosofia da mente.
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✅ Resumo:
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Antiga: ser, princípio, essência (Platão/Aristóteles).
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Medieval: relação entre razão e fé, Deus e criação (Agostinho/Tomás).
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Moderna: autonomia da razão, sistemas racionais, crítica kantiana.
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Contemporânea: críticas, reformulações e diálogos com ciência e linguagem.

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