Em geral implicam separação (tabu), pureza e força eficaz.
2. O que quer dizer "encantamento do mundo"?
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Vivências liminares (nascimento, morte, doença, êxtase estético, natureza grandiosa).
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Sentimento do numinoso (temor + atração).
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Tradição e rito: aprendida em família/comunidade e reforçada por práticas, narrativas e símbolos.
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re-legere (Cícero): “reler, recolher”, atenção ao culto.
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re-ligare (Lactâncio/Tertuliano): “religar” o humano ao divino e à comunidade.
- Espinosa: critica superstição e teologia política; defende leitura histórico-crítica da Escritura; identifica Deus com a Natureza (Deus sive Natura), reduz milagres a ignorância de causas naturais, e centra a religião prática em justiça e caridade, não em dogmas.
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Feuerbach: diz que a religião é projeção das qualidades humanas idealizadas no “Deus”; resulta alienação: o humano perde a si ao atribuir fora de si sua essência (amor, razão). Propõe reapropriar essas qualidades na ética/humanismo.
- Harmonia crítica (Agostinho/Tomás): fé e razão distintas, porém convergentes.
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Limites da razão (Kant): a razão delimita o que se pode saber; religião no âmbito moral/prático.
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Fideísmo moderado: a fé precede, a razão explicita.
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NOMA (Gould): “magistérios não sobrepostos”: ciência/filosofia tratam do como; religião, do sentido/valor.
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Fenomenologia/Hermenêutica (Eliade, Ricoeur): compreender os significados sem reduzi-los.
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Pragmatismo (William James): avalia a religião por seus efeitos na vida.
- Judaísmo/Cristianismo/Islam (monoteísmos): sagrado transcendente e pessoal; revelação; história linear; ênfase ética/lei; ritos de aliança (shabat/eucaristia/salat).
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Hinduísmo: sagrado imanente e transcendente (Brahman), múltiplas vias (bhakti, jñāna, karma), ciclo samsara, rituais domésticos/templários.
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Budismo (em geral não-teísta): sagrado como Dharma (lei do despertar), foco na superação do sofrimento (Quatro Nobres Verdades), prática meditativa/ética; símbolos (roda do Dharma, stupa).
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Religiões de matriz africana (ex.: Candomblé): sagrado imanente nas forças da natureza (orixás), axé como potência vital, ritos de incorporação, música/dança, objetos consagrados.
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Religiões indígenas: sagrado cosmocêntrico, forte relação territorial/ancestral, xamanismo, narrativas de origem, ritos de passagem e cura.
b) Dessacralização relativa da natureza (distinção Criador–criação), abrindo espaço para lei, ética e investigação do mundo.
c) Universalismo moral/pessoal (um Deus de todos, dignidade da pessoa, justiça/compaixão), com efeitos em direitos, caridade e também tensões com política e pluralismo.
- Mythos: narrativa simbólica fundadora; verdade existencial/ritual; transmite sentido e identidade; baseia-se em tradição e autoridade; tempo arquetípico (muitas vezes cíclico).
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Logos: discurso argumentativo; busca coerência, prova e explicação causal; abre espaço para crítica e método; tempo histórico/linear.

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