A lógica é a disciplina que estuda o pensamento válido, ou seja, as regras que permitem distinguir raciocínios corretos de incorretos. Suas principais características são:
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Rigor: busca precisão e clareza na formulação das ideias.
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Coerência: evita contradições no raciocínio.
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Generalidade: aplica-se a qualquer área do saber, pois trata da forma do pensamento, não do conteúdo específico.
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Normatividade: estabelece regras para guiar o raciocínio correto.
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Instrumentalidade: serve como ferramenta para a filosofia, ciência e argumentação.
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Termos: são os elementos básicos do raciocínio lógico, aquilo que designa um objeto, conceito ou classe. Exemplos: homem, árvore, triângulo.
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Categorias: em Aristóteles, são as classificações fundamentais do ser (como substância, qualidade, quantidade, relação, lugar, tempo, ação, paixão, hábito/posse). Servem para organizar como pensamos e falamos sobre a realidade.
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É uma afirmação ou negação que pode ser julgada como verdadeira ou falsa.
Exemplo: -
“Todos os homens são mortais” → proposição (pode ser avaliada como verdadeira).
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“A lua é feita de queijo” → proposição (pode ser avaliada como falsa).
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Já frases como “Feche a porta!” ou “Será que vai chover?” não são proposições, porque não podem ser classificadas como verdadeiras ou falsas.
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Silogismo é um tipo de raciocínio dedutivo desenvolvido por Aristóteles.
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Ele parte de duas premissas para chegar a uma conclusão necessária.
Exemplo clássico:
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Todos os homens são mortais.
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Sócrates é homem.
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Logo, Sócrates é mortal.
Importância:
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Foi a base da lógica clássica durante séculos.
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Ensina como raciocinar de forma válida.
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Influenciou não apenas a filosofia, mas também a retórica, a teologia e a ciência medieval.
Características do silogismo:
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Estrutura tripartida (duas premissas + uma conclusão).
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Necessidade lógica: se as premissas forem verdadeiras e a forma correta, a conclusão é inevitável.
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Uso de termos que se relacionam (termo maior, menor e médio).
Na lógica contemporânea (séc. XIX em diante, com Boole, Frege, Russell e outros):
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Proximidade com a matemática:
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A lógica passou a ser formalizada com símbolos matemáticos.
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Isso permitiu maior precisão, o desenvolvimento da lógica simbólica e das bases da computação.
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Exemplo: uso de quantificadores (∀ = para todo; ∃ = existe) e conectivos (∧, ∨, →, ¬).
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Distanciamento da psicologia e da teoria do conhecimento:
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A lógica deixou de estudar como as pessoas pensam na prática (aspecto psicológico) e passou a focar na validade formal dos raciocínios.
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Isso reforçou a lógica como ciência autônoma, distinta da filosofia da mente ou da epistemologia.
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O pensamento válido não depende de como a mente humana raciocina de fato, mas de regras formais e abstratas.
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Efeito geral: a lógica moderna tornou-se mais universal, rigorosa e técnica, sendo aplicada não apenas na filosofia, mas em áreas como linguística, informática, inteligência artificial e ciências exatas.

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