1. Como sabemos que os pré-socráticos se preocupavam com o conhecimento?
Porque eles foram os primeiros a romper com explicações míticas e buscar explicações racionais e universais para o mundo. Procuravam o arché (princípio de tudo), tentando compreender a natureza através de causas racionais (água para Tales, ar para Anaxímenes, apeíron para Anaximandro etc.). Ao propor essas explicações, mostraram que estavam preocupados não apenas com a realidade em si, mas com a forma de conhecê-la e explicá-la.
2. Qual a mudança de perspectiva na teoria do conhecimento quando comparamos gregos e modernos?
Gregos antigos:
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A questão central era o ser e o cosmos.
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Conhecer era participar da ordem racional do universo (logos).
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Filosofia preocupada com a verdade como correspondência à realidade.
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Modernos (século XVII em diante):
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A questão central passa a ser o sujeito e suas condições de conhecer.
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Surge a epistemologia: “Como conhecemos?”
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Busca de método seguro (Descartes) e crítica das ilusões (Bacon).
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A ênfase muda do “ser” para o ato de conhecer.
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Os gregos buscavam a ordem do mundo; modernos investigam a segurança do conhecimento no sujeito.
3. Onde Bacon localizava o erro? E Descartes?
Francis Bacon:
- O erro está nos ídolos da mente: preconceitos, hábitos, tradições e ilusões que distorcem a percepção.
- Para superá-los, propõe o método indutivo baseado na observação e experimentação.
René Descartes:
- O erro está na precipitação e na falta de método claro.
- Propõe a dúvida metódica e as “regras do método” (clareza, distinção, análise, síntese) para alcançar a verdade com certeza.
4. Qual a diferença entre Locke e Descartes?
Descartes (racionalista):
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Defendia que existem ideias inatas (já presentes na mente, como noção de Deus, número, infinito).
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O conhecimento nasce da razão e das evidências claras e distintas.
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Locke (empirista):
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Negava ideias inatas. A mente é como uma “tábula rasa” (folha em branco).
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Todo conhecimento vem da experiência (sensação + reflexão).
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Diferença fundamental: Descartes = razão inata; Locke = experiência sensível.
5. Explique os sentidos psicológico, ético, político e filosófico da noção de consciência e descreva o que é consciência reflexiva.
Psicológico: estado de estar desperto, perceber a si e ao ambiente (consciência da realidade).
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Ético: capacidade de distinguir o bem e o mal, agir segundo a responsabilidade moral (consciência moral).
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Político: consciência de direitos, deveres, cidadania e participação social.
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Filosófico: reflexão sobre si mesmo, sobre a própria existência e pensamento.
Consciência reflexiva: é quando o sujeito volta-se sobre si mesmo, reconhece-se como quem pensa, sente e age.
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Exemplo: não só perceber que estou triste, mas perceber que sei que estou triste.
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É a base da filosofia e da liberdade, porque me permite analisar meus próprios pensamentos e atos.
6. Aponte a diferença entre as concepções do conhecimento dos gregos e dos modernos.
Gregos (Antiguidade):
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A filosofia buscava o ser e a ordem do cosmos.
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O conhecimento era visto como contemplação da realidade e participação no logos (razão universal).
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O centro estava no objeto: compreender o mundo tal como ele é.
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Modernos (séculos XVI–XVII em diante):
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A questão passa a ser: “como conhecemos?”
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Surge a epistemologia: busca de métodos seguros (Descartes, Bacon, Kant).
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O centro está no sujeito: investigar as condições da mente para produzir conhecimento válido.
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Diferença-chave: gregos = foco no mundo/ser; modernos = foco no sujeito/ato de conhecer.

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