1. O que significam os termos aletheia, veritas e emunah?
Aletheia (grego)
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Literalmente: “não-esquecimento”, “não-ocultamento”.
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Para os gregos, especialmente em Parmênides e Platão, verdade é desvelamento do ser, aquilo que se mostra como é.
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É uma visão ontológica: a verdade revela o real em sua essência.
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Veritas (latim)
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Vem do pensamento romano e medieval.
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Significa conformidade entre a mente e a realidade (adequatio intellectus et rei).
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Para Tomás de Aquino, a verdade é a correspondência entre aquilo que pensamos e aquilo que existe.
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Emunah (hebraico)
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Relaciona-se a fidelidade, confiança, firmeza.
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No contexto bíblico, verdade não é só correspondência lógica, mas lealdade e confiança numa promessa ou numa relação (fidelidade de Deus ou do ser humano).
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É uma concepção mais existencial e ética.
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Assim, cada termo reflete uma época e cultura: grego = desvelamento; romano = correspondência; hebraico = fidelidade/confiança.
2. O que é a concepção pragmática da verdade?
Desenvolvida no século XIX e XX por filósofos como William James, Charles Peirce e John Dewey.
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Definição: a verdade é aquilo que “funciona” na prática, que produz efeitos úteis e satisfatórios na experiência.
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Um enunciado é verdadeiro se resolver problemas, orientar ações e se confirmar na prática.
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Exemplo: dizer “esta ponte é segura” é verdadeiro se, de fato, ao atravessá-la, ela sustentar o peso sem cair.
É uma visão prática, dinâmica e experimental da verdade, diferente da concepção clássica (correspondência).
3. Quais são as exigências para que um conhecimento seja considerado verdadeiro?
Na tradição filosófica e científica, costuma-se exigir:
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Correspondência – o conhecimento deve estar de acordo com a realidade (o fato deve confirmar o enunciado).
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Coerência – deve ser logicamente consistente, sem contradições internas.
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Fundamentação – precisa ter razões, provas ou evidências que o sustentem.
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Comunicabilidade – deve poder ser compartilhado e reconhecido intersubjetivamente (outros também podem verificar).
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Utilidade (pragmática) – em certas correntes, a verdade se mede também pela sua eficácia prática.
Portanto, conhecimento verdadeiro não é apenas acreditar em algo, mas acreditar com fundamento, coerência e verificação.
4. Comente a afirmação de Pascal de que o homem é um "caniço pensante".
Blaise Pascal (séc. XVII) escreveu:
“O homem não passa de um caniço, o mais frágil da natureza, mas é um caniço pensante.”
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Caniço: simboliza a fragilidade humana, comparada à natureza grandiosa. O homem pode ser destruído por uma simples doença, acidente ou pela própria morte.
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Pensante: apesar dessa fraqueza física, o homem se distingue por sua razão e consciência. Ele sabe que é frágil, reflete sobre a vida e o universo.
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A grandeza do homem não está na força, mas na capacidade de pensar, questionar e buscar sentido.
Pascal queria mostrar que o ser humano é pequeno diante do cosmos, mas ao mesmo tempo maior do que o universo, porque o compreende pelo pensamento.

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