Filosofia: A Liberdade

1. Qual é a diferença entre fatalidade e determinismo?

  • Fatalidade: ideia de destino inevitável, fixo, externo à vontade humana. Ocorre o que está “escrito” (ex.: tragédias gregas como Édipo Rei). Não há espaço para escolha.

  • Determinismo: tudo tem uma causa necessária, segundo leis da natureza. As ações humanas decorrem de causas físicas, psicológicas ou sociais. Há explicação racional, mas não necessariamente predestinação mística.

Resumindo: fatalidade é destino cego e imutável, determinismo é necessidade causal.

2. O que é a liberdade na perspectiva aristotélica e na sartriana?

  • Aristóteles: liberdade é a capacidade de agir segundo a razão. O homem livre é aquele que escolhe deliberadamente (prohairesis), buscando o “justo meio” e a felicidade (eudaimonía). Não é liberdade absoluta, mas orientada ao bem racional.

  • Sartre: liberdade é absoluta e radical. O homem está “condenado a ser livre” porque não há essência prévia: cada um se faz por suas escolhas. A liberdade não é dom, mas peso da responsabilidade — não escolher já é uma escolha.

 Diferença: Aristóteles vê a liberdade ligada à natureza racional e ao bem; Sartre vê a liberdade como total indeterminação e responsabilidade existencial.

3. Qual é a relação entre liberdade e possibilidade objetiva?

  • A liberdade só se exerce dentro de condições reais.

  • Possibilidade objetiva = conjunto de alternativas concretas que a realidade oferece em determinada situação (condições históricas, sociais, materiais).

Ex.: um estudante é livre para escolher a profissão, mas suas condições econômicas, políticas e familiares delimitam quais escolhas são realmente possíveis.

Assim, liberdade não é ausência de limites, mas capacidade de agir e escolher dentro de um campo de possibilidades reais.

4. Obras literárias escritos que tratam das relações entre liberdade e acaso e liberdade e necessidade.

  • Liberdade e acaso:

    • O Jogo das Contas de Vidro (Hermann Hesse) → reflexão sobre escolhas e destinos.

    • O Estrangeiro (Albert Camus) → acaso e absurdo confrontam a liberdade do homem.

    • A Náusea (Jean-Paul Sartre) → liberdade frente ao absurdo da existência.

  • Liberdade e necessidade:

    • Tragédias gregas (Édipo Rei, de Sófocles) → tensão entre liberdade humana e necessidade do destino.

    • Crime e Castigo (Dostoiévski) → liberdade de escolher o crime e necessidade de arcar com a culpa e a punição.

    • Guerra e Paz (Tolstói) → indivíduos livres em meio às forças históricas necessárias. 

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